Sessão da noite!!! Três representantes de motores de pesquisa (Google Scholar, Windows Live Academic Search e Scirus) à mercê de uns 300 profissionais de Info-Doc que se dignaram a aparecer. E foi tão giro verificar como cada um dos grupos quer coisas tão diferentes dos mesmos dados, e no fundo como não se vão substituir uns aos outros. Os motores querem tratar os dados algoritmicamente (raio de palavra) e os Info-Doc’s querem thesauri, informação de data de publicação e até (num dos reptos lançados pela assistência) arquivo digital perpétuo multi-versão.
O Sr. Anurag Acharya da Google defendeu valentemente que o Scholar é um motor de indexação, não de arquivo, que o uso de thesauri em informação deste tipo não é um pau de dois bicos, mas um porco espinho; até a funcionalidade de pesquisa avançada (permite restringir ao autor, ao titulo, etc) era usada apenas em 5% dos casos, e destes 5%, 98% das vezes era para restringir a registos publicados nos cinco anos mais recentes. Portanto, “parece”, diz ele, “que temos um produto com utilizadores satisfeitos”.
Outra coisa que se pediu foi a indexação no Scholar e no Academic de blogs eruditos (qual a tradução correcta de Scholar?) coisa que os representantes destes serviços imediatamente disseram que não estava nos seus planos (como decidir o que é um blog erudito, o que é o blog de um erudito, etc). Com artigos citados no XRef e na MedLine e documentos citados por estes já é difícil… portanto uma oportunidade de negócio que provavelmente a Scirus irá aproveitar.
Quando perguntados “se tivessem um irmão doente confiariam nas pesquisas dos respectivos serviços” … todos responderam que pesquisariam tudo e mais alguma coisa, para além dos respectivos serviços e os da concorrência.
O que me lembra outra coisa que ouvi ontem: uma pessoa teve de receber um tratamento com um determinado produto e a única versão disponível no hospital nesse momento não era a mais comum. Fizeram uma pesquisa online por contra indicações e como não encontraram nada aplicaram o produto… e o paciente morreu em consequência. O único artigo em que se alertou da toxicidade potencial em certas condições nunca tinha sido digitalizado e não estava portanto disponível na web. Que é que isto nos diz? Tem a entidade de saúde responsabilidade civil e criminal?