“Você sabe, Fedro, esta é a coisa estranha sobre a escrita, que ela se parece com a pintura. Os produtos do pintor ficam diante de nós como se estivessem vivos, mas se você os questiona, eles mantêm um silêncio majestático. O mesmo acontece com as palavras escritas: elas parecem falar com você como se fossem inteligentes, mas se você, desejando ser instruído, lhes pergunta alguma coisa sobre o que dizem, elas continuam a lhe dizer a mesma coisa, para sempre. Uma vez escrita, uma composição, seja lá qual for, se espalha por todo lugar, caindo nas mãos não só dos que a entendem, mas também daqueles que não deveriam lê-la. A composição escrita não sabe diferenciar entre as pessoas certas e as pessoas erradas. E quando alguém a trata mal, ou dela abusa injustamente, ela precisa sempre recorrer ao seu pai, pedindo-lhe que venha em sua ajuda, pois é incapaz de defender-se por si própria”.
Estas palavras dizia o Faraó a Teuto depois de este ter apresentado ao primeiro uma grande invenção: A ESCRITA. A história é contada por Platão como sendo de Sócrates em Fedro.
Mas depois de ler isto umas três vezes cheguei à conclusão que finalmente ultrapassámos o criticismo de Sócrates à Escrita e à Pintura: é precisamente a WEB 2.0, o texto escrito com o qual se dialoga!!!
[UPDATE]Nota importante: o Sócrates em causa é o filósofo grego da Antiguidade, não o primeiro ministro português do momento[/UPDATE]