O meu interesse nesta sessão advém dum ponto da disciplina de ATEDI no 2º ano em que se discutia o que era afinal o valor de uma biblioteca, arquivo ou serviço de documentação. E onde se aprendia a certo ponto que o valor não vem dos volumes de circulação mas do impacto que organismo documental tem nos seus utilizadores e na organização ou grupo social que serve.
Mas eis-me aqui a numa aula, quase privada, por um grande professor na área de “como transformar o impacto do serviço documental numa organização/sociedade em valores numéricos (dólares e cêntimos no caso dele) que interessem às nossas chefias/cameras/reitores/conselho de administração”
OutPuts: Are we doing things rigth.
Outcomes: Are we doing the rigth things
O discurso do elevador, deve ser aprimorado; mais ainda, deve ter um discurso para 15 segundos, outro para 30 segundos, outo para 1 minuto e ainda um para 3 minutos. Como se isso não bastasse há que ter também um discurso para 7 minutos ( e tempo médio para beber um galão) e outro para 25 minutos ( o tempo médio para comer um cachorro quente na rua). Os de elevador servem para permitir que o do galão e o do cachorro possam acontecer.
Usar o jargão deles! Maior Retorno no Investimento é muito mais convincente para o Reitor que Aumento de Circulação ou Recursos electrónicos.
Sinal de aviso: se os estudantes usam a biblioteca para café, trabalho de grupo e computadores, uma sala de estudo custa 10 vezes menos e não há tantas reclamações quando o tampo das mesas fica muito pegajoso.
Mais ainda, se 99% dos estudantes não vão á biblioteca não importa que o 1% que vai diga que o serviço é 5 estrelas. Para o reitor esse 1% não interessa porque ele está a ser medido pela média das notas dos outros 99%!!! Verifiquem as prioridades!
Ou seja, se das poucas coisas que os políticos entendem é resultados estatísticos e inquéritos aos utilizadores, estes devem suportar a nossa posição sem que possamos ser atingidos pela outra ponta do pau (que proverbialmente tem sempre dois bicos), ou seja, devemos primeiro ver nós mesmos os resultados.
O mesmo ocorre com as bibliotecas municipais. Se 300 utilizadores dizem que o serviço é 5 estrelas, temos também de resolver o problema de esses 300 utilizadores serem apenas 1% dos 30.000 habitantes da cidade.