Em tempos passou-me isto pela cabeça sobre a pujança de alguns bibliotecários, jovens, que perante a avalanche de desafios colocados pela Internet: “E daqui a mil anos dirão que esta foi a sua melhor hora” que corresponde a uma daquelas frases lapidares de Churchill ao parlamento durante a Segunda Grande Guerra quando tudo parecia negro.
Dizia eu também, num trabalho ainda à pouco apresentado (Cadê a nota?), que não estava ainda a tinta seca na definição de Web 2.0 já se pregava o advento da Biblioteca 2.0.
Não só isso, mas mal tinha passado um ano sobre a génese da idéia Biblioteca 2.0, quando na School of Information and Library Science da University of North Carolina at Chapel Hill foi defendida uma tese de mestrado intitulada: Toward Academic Library 2.0: Development and Application of a Library 2.0 Methodology.
Do resumo:
Recently, librarians have struggled to understand their relationship to a new breed of Web services that, like libraries, connect users with the information they need. These services, known as Web 2.0, offer new service models, methods, and technologies that can be adapted to improve library services. Additionally, these services affect library users’ information seeking behaviors, communication styles, and expectations. The term Library 2.0 has been introduced into the professional language of librarianship as a way to discuss these changes. This paper works to establish a theoretical foundation of Library 2.0 in academic libraries, or Academic Library 2.0.
Tradução livre:
Recentemente, os bibliotecários têm-se debatido para compreender a sua relação com uma nova estripe de serviços Web que, tal como as bibliotecas, ligam utilizadores com a informação que necessitam. Estes serviços, conhecidos como Web 2.0, apresentam novos modelos de serviço, métodos e tecnologias que podem ser adaptadas para a melhoria de serviços de bibliotecas. Mais ainda, estes serviços afectam o comportamento informacional dos utilizadores de bibliotecas, seus estilos de comunicação e suas expectativas. O termo Biblioteca 2.0 foi introduzido na linguagem profissional da biblioteconomia como um meio para discutir estas mudanças. Este trabalho procura establecer uma fundação teórica da Biblioteca 2.0 em bibliotecas universitárias, a Biblioteca Universitária 2.0.
O autor deste trabalho chama-se Michael Habib, e forma-se como Master of Science in Library Science.
A tese pode ser consultada em http://hdl.handle.net/1901/356 (Procurar o link para o PDF )
Pelas reações (ALA TechSource | The Academic Library 2.0 Model: An ALA TS Blog Interview with Michael C. Habib, blyberg.net » Stephens on Habib: A quiet revolutionary, Tame The Web: Libraries and Technology: Michael Habib on Academic Library 2.0 entre outras) que tenho visto na biblioblogosfera não hesito em partilhar das opiniões de muitos que este trabalho é seminal na biblioteconomia do século XXI (e o Dr. Habib ainda é bem jovem).
Teria ainda melhor nota se tivesse dado com ele mais cedo… a proposta de definição é muito simples e concisa:
Library 2.0 describes a subset of library services designed to meet user needs caused by the direct and peripheral effects of Web 2.0.
Tradução livre:
Biblioteca 2.0 descreve um sub conjunto dos serviços de informação prestados por bibliotecas, desenhados para preencher as necessidades informacionais dos utilizadores, causadas pelos efeitos directos ou indirectos da Web 2.0.
O que corresponde quase a 100% com a perpectiva Biblioteca 2.0 que propus no meu trabalho.