Conforme alguns dos leitores deste blogue sabem o Bibliotecário 2.0 andou pela Rua Marquês da Fronteira a frequentar uma Pós Graduação de Gestão, denominada "Curso Geral de Gestão".
Teria gostado de ter conseguido tirar um MBA, mas depois de ter investido 4 anos a quase tempo inteiro na Licenciatura CTDI, não me foi possível investir a tempo inteiro agora num MBA.
No entanto o diagnóstico de falta de competências na área estava à muito feito e não foi, de modo algum, preenchido com a Licenciatura em CTDI (e não era para ser), nem com a cadeira de ESI no POSI
Eis-me agora com os três pilares de que se falou amiúde nas aulas de Arquitectura Empresarial, do POSI:
O pilar da Informática (sustentado formalmente pelo POSI, MSCD entre outros e, informalmente, por todos os meus empregos e trabalhos desde 1982) representado pelo vértice das Aplicações
O pilar da Informação, preenchido formalmente por CTDI e pelo meu trabalho na Lusodoc desde 1991
O pilar da Gestão e do Negócio potenciado com o CGG que também vem contextualizar a minha ambição de me dedicar mais a esta área.
Antes de começar a reflectir nos objectivos de médio e longo prazo da execução deste plano de formação, o que farei em futuros posts, gostava de reflectir sobre o CGG em si:
Pode ser um disparate, mas a verdade é que considero que tive uma grande sorte em ver a minha candidatura ao Mestrado Executivo em Gestão Empresarial do ISCTE recusada. É certo que fiquei sem ECTS’s creditados para um eventual mestrado no ISCTE… mas enfim… perda do ISCTE.
Tive então de pegar nas outras admissões que já tinha conseguido e a candidatura ao Nova Forum foi a eleita em detrimento do programa PAGE da Universidade Católica (incompatibilidade de calendário com os programas Internet Librarian e Internet Librarian International).
Professores altamente habilitados, de craveira internacional, a maior parte deles doutorados fora de Portugal (a passagem pelo INSEAD é comum), com índices de ligação (força, profundidade e tempo) ao tecido empresarial português e mundial de fazer inveja a muito Conselho de Administração. E professores que não só são bons a ensinar como são bons a pensar: sem fazer muita força encontrei mais de 60 artigos escritos por um deles (Miguel Pina e Cunha), vários a serem citados mais de 5 vezes. O sistema publish or perish pode ter muitos defeitos, mas “magister dixit” e outros têm muitos mais!
Encontrei um programa de estudos muito bem estruturado, com apenas um ou dois momentos que podiam ter sido trocados por algo mais proveitoso.
Vários momentos de "jaw drop" e "eye opening", a maior parte deles associados a Luís Neves Adelino e ao seu profundíssimo conhecimento de Finanças Empresariais.
Outros destes momentos estão ligados a Luís Filipe Lages e ao dia que nos esteve a falar de Internacionalização de empresas, projectos e (mais importante ainda) pessoas, que tocou fundo muitos colegas, e me teria também tocado fundo não estivesse eu, já há muito em processo de internacionalização (Bolonha e Milão este ano foram o meu fechar de ciclo sobre aquela vez em que me chamaram vendor numa workshop da IFLA ). Lembro-me dessa aula sempre que falo com pessoal jovem sobre as perspectivas futuro de Portugal (a começar pela minha filha). Espero que volte todos os anos para dar aquele dia de CGG; valoriza imenso o curso todo.
Também as aulas de Planeamento Estratégico, disciplina rainha deste tipo de cursos, administrada por João Silveira Lobo teve muito impacto. Nunca sendo possível fazer uma análise exaustiva de todas as teorias e modas do planeamento estratégico, João Silveira Lobo fez uma escolha muito feliz de "processo" e dedicou o tempo a explorar essa visão e a maneira como a leva à implementação . Em conjunto com a "Internacionalização" ficou um canivete ‘suíço’ muito completo para a vida pessoal, empresarial e associativa. À parte de tudo o resto, depois de vários cursos e disciplinas de estratégia dados à base de SWOT e TOWS passar por um curso com outro paradigma é muito bom.
Mensagem aos meus colegas de CTDI: estimem muito o que aprenderam nas disciplinas e com os professores que vos puseram a fazer "mapas estratégicos" e ”balanced scorecards".
E, coisa estranha, a quantidade de PowerPoints no CGG é baixíssima! É comum professores falarem/dialogarem/contestarem/discutirem uma matéria durante 4 horas sem perder o fio da meada! A capacidade de Neves Adelino recapitular tudo o que deu na aula anterior (mesmo que tenha sido 3 semanas antes) é "jaw dropping".
Ficou-me apenas um único engulho: a disciplina de Comunicação, normalmente orientada por José Manuel Fonseca, foi nesta edição orientada por outra pessoa por motivo de doença. Segundo todas as pessoas que conheci e que já tinham feito o CGG, fiquei a perder… Aliás Neves Adelino, ao cumprimentar-nos por, pela primeira vez em 20 anos, ter visto 24 respostas diferentes à primeira fase de avaliação de Finanças (aqui o Bibliotecário 2.0 teve 92% de nota), atesta da falta de coesão inicial da turma. De certeza que não vai poder afirmar o mesmo da segunda fase de avaliação.
Para mim foi um privilégio ter sido aluno desta gente e quando voltar ao diálogo com o Engº Tribolet, vou de certeza tentar mudar os preconceitos que nutre em relação aos economistas e gestores.